CIÊNCIAS SOCIAIS NO BRASIL: DO CONTEXTO PRÉ-CIENTÍFICO AOS TEMPOS ATUAIS
INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda a formação das ciências sociais no Brasil. Para isso busca-se sua origem, na Europa, pela possibilidade de lançar luzes aos estudos da realidade brasileira, que podemos dividir em dois momentos. O primeiro (1880-1930) se refere a estudiosos não especializados, mas que receberam influência de teóricos europeus que contribuíram para a formação das ciências sociais; e o segundo ao contexto científico, que inicia-se em 1930 com a institucionalização e a oferta de cursos em nível superior.
I
O Homem surge enquanto objeto central de estudo da ciência a partir de uma reconfiguração de poder, fruto da crise do sistema feudal e da mudança do modo de conceber o mundo promovida pela ciência. A racionalização se faz fundamental em três acontecimentos: Revolução Americana, Francesa e Industrial. Na França, a burguesia e o proletariado têm um inimigo em comum, a nobreza. Assim, o feudalismo deixa de ser um modelo econômico satisfatório, dando lugar ao capitalismo, que surge a partir deste.
Estamos agora diante de um novo modo de organização dos indivíduos. Desse momento outro, que mais que compreender a nova organização busca agir de modo a transformar a realidade a partir da racionalização, surgem diferentes paradigmas que contribuíram para as ciências sociais atuais. Então, a mesma industrialização, decorrente dos processos de revolução na Europa, que retira do campo ou em grande parte torna insustentável a perpetuação do labor manual, emprega quem precisa de meios de vida, a condições degradantes. O que, por sua vez, condicionou a “gênese” das ciências sociais como as concebemos contemporaneamente, e como será mostrado adiante.
Tanto Revolução Francesa quanto Industrial favoreceram, pois, o advento das ciências sociais na Europa. Com o aumento da população urbana e, consequentemente, os problemas decorrentes, fazia-se necessário entender a nova