Ciências Sociais no Brasil - Renato Ortiz
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Ciências Sociais no Brasil – Renato Ortiz A sociologia Crítica (que interpreta a realidade social) no Brasil começa com Florestan Fernandes na Cidade de São Paulo, primeiramente por causa da criação da Universidade de São Paulo de faculdade de Filosofia, Ciências e Letras com forte influencia francesa, logo influencia Durkheimiana. O autor compara a cidade de São Paulo dos anos 40, em processo de modernização, com a cidade de Chicago. Traça-se uma comparação que começa por relacionar os pontos em comum de formação das duas cidades. Além de ressaltar a formação de Chicago inspirada em Berlim. Em ambos os casos a formação do pensamento teve influencias europeias. “Não era o local que lhe era familiar que devia ser considerado como referencia, a sentença revelava uma vontade mal confessada: São Paulo dos anos 40 gostaria de ser uma Chicago da América do Sul.” (Ortiz, p.163) A sociologia chegou ao Brasil numa época em que já estava em fase de transição em seu país natal. Na França, o marxismo já era sentido nos anos 40 e no Brasil, era quase inexistente (apenas Caio Prado e Florestan de certa forma). Sua existência mínima deu-se através de Caio Prado que tentou aplicar o materialismo histórico à compreensão da sociedade brasileira. Assim, a Faculdade de Filosofia da USP cresceu sob a hegemonia francesa, sob o cunho dos estudos franceses de Durkheim, realizados por volta do século 20. Até a década de 40, a produção de pensamento sociológico no Brasil se fazia dentro de um contexto em que misturava literatura, filosofia, beletrismo (atividade literária retorica ou oratória) e discurso politico. Por isso, se espalhava pelas escolas de medicina, direito, história e geográfica. Mas a partir de 1940, a sociologia passa a ser desenvolvida com certa autonomia cientifica que agora é definida por novos parâmetros. De fato, alguns assuntos como folclore, cultura indígena, questão racial continuam a ser base de estudos, mas há uma diferenciação entre os estudos pré e pós a