Fichamento do artigo “o populismo e as ciências sociais no brasil: notas sobre a trajetória de um conceito”
O artigo visa acompanhar a trajetória do conceito, que envolve um grande debate até os dias de hoje, na produção acadêmica da história e das ciências sociais no Brasil, destacando os textos e autores relacionados ao tema mais relevantes.
O conceito de populismo é um conceito verdadeiramente amplo, que transcende o espaço das academias e é incorporado também na “retórica política popular” (pág. 2). Enquanto, nas academias, o seu significado é variável – e por isso existem estudiosos que defendem o seu uso como válido enquanto outros o criticam ou o rejeitam -, no uso popular o seu sentido é estrito: “São populistas os políticos que enganam o povo com promessas nunca cumpridas (…).” (p. 2).
O ponto de partida da autora para tratar do contexto das primeiras formulações do conceito é da utilização deste pelo Grupo de Itatiaia para explicar a política do Ademarismo.
No artigo em estudo, o populismo é definido como uma combinação dinâmica de certos fatores, sendo eles um proletariado sem consciência de classe, uma classe dominante em crise e sem projetos para o país e um líder carismático no poder. Alguns estudos citados pela autora apontam como causa do golpe de 1964 o esgotamento do populismo, cuja experiência no Brasil teria durado de 1930 até 1964, período que compreenderia o “ciclo populista”.
Dentre os vários autores do tema, Ângela de Castro Gomes destaca o papel de Francisco Weffort. “Para Weffort, (…), pode-se dizer que o populismo é o produto de um longo processo de transformação da sociedade brasileira, instaurado a partir da Revolução de 1930, e que se manifesta de uma dupla forma: como estilo de governo e como política de massas.” (p. 7). O novo equilíbrio de poder estabelecido após a Revolução de 1930, ainda de acordo com Weffort, seria frágil e instável, o que levaria a