Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula
Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula
Campinas- São Paulo, Editores Associados, 2002 Ana Fani Alessandri Carlos *
Seria o Brasil “menos urbano do que se calcula?” A idéia do título do livro “Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula”[1] é estimulante e atraente. Ao ver o livro, temos a impressão de que esta é a tese que será desenvolvida e foi, com grande interesse, que me pus a lê-lo. Mas ao contrário, trata-se, na realidade, de um conjunto de textos, (pequenos e superficiais) publicados, originalmente, sob a forma de artigos de jornal e organizados para dar corpo ao livro, diluindo-se, ao longo das páginas, a idéia que acreditava ser o fio condutor do pensamento do Autor. Assim, para evitar desilusão aos leitores desatentos, atraídos, como eu, pelo título, o livro deve ser lido como ele é, no café da manhã. Mas o que há de, extremamente, positivo na obra, é que é impossível ficar indiferente ao desafio lançado pelo Autor e contida no título do livro. É a partir deste desafio que me pus a tecer alguns comentários, sobre o livro, com os limites evidentes, que uma “resenha” contempla.
A idéia de estabelecimento de diálogo com o professor José Eli da Veiga traz uma primeira dificuldade: o conjunto de artigos, não apresenta uma reflexão aprofundada baseada em argumentos sólidos, e numa pesquisa capaz de construir um referencial a altura do desafio lançado pelo título do livro. Um outro problema que enfrentamos é que o Autor vai emitindo opiniões muitas delas apoiadas em estatísticas dos países centrais para explicar “nosso desenvolvimento”.
Poderíamos, tecer, inicialmente fazer uma primeira observação referente ao método, e nesta