Cidadania
Caxambu, outubro de 2000 GT de Migração Sessão 3 – A migração internacional no final do século
Elisa Massae Sasaki1 Gláucia de Oliveira Assis
TEORIAS DAS MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS
Introdução
Os migrantes de todos os tempos evocam diversas imagens. A partida, a viagem, o trajeto e a chegada a uma nova terra constrói um fio e uma trajetória que nos inquieta. Nos perguntamos por que migraram, quem deixaram, o que mudou em suas vidas. Estas imagens, quando associadas aos migrantes da virada do século XIX para o século XX, sugeriam desagregação social, quebra de laços familiares, guetos, criminalidade. Estes processos e problemas decorrentes da urbanização que emergiram nas cidades receptoras de grande contingente de migrantes de diversos lugares, muitas vezes foram associados a presença desta população. Assim, foi nos EUA, país receptor de milhões imigrantes de diferentes nacionalidades, que a migração tornou-se um problema sociológico. Isto significou problematizar estas imagens acerca dos migrantes e procurar desvelar estes movimentos de população. Neste artigo abordaremos como os migrantes foram apreendidos pelos teóricos da migração e como os estudos contemporâneos buscam dar conta dos novos fluxos migratórios. Para realizar tal mapeamento, reconstruiremos sinteticamente a trajetória das teorias sobre migração internacional. Inicialmente nos deteremos nas teorias que enfatizaram os processos de (des)integração social e a assimilação cultural dos imigrantes, cuja matriz fundamental são os estudos da Escola de Chicago. Em seguida, comentaremos as análises críticas posteriores e os estudos que questionaram o melting pot e analisaram a complexa
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Doutorandas em Ciências Sociais, IFCH – UNICAMP.
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inserção dos imigrantes no mercado de trabalho. Discutiremos ainda como outras abordagens trataram os movimentos populacionais, partindo de diferentes perspectivas que analisaram a inserção do migrante no mercado de trabalho, num