Friedrich engels a situação da classe trabalhadora na inglaterra
Os primeiros proletários surgiram com a indústria, foram seu produto imediato - assim, pois, os operários industriais, que se ocupam do trabalho com as matérias primas, serão aqueles a quem inicialmente dirigiremos nossa atenção. O nível cultural dos diferentes trabalhadores está intimamente ligado às suas relações com a indústria: enquanto os operários industriais têm mais consciência de seus interesses no trabalho, os mineiros a têm em grau menor e, entre os operários agrícolas, essa consciência quase não existe.
Na medida em que a indústria e o comércio se desenvolvem nas grandes cidades do modo mais completo, é exatamente nelas que emergem, de forma mais nítida e clara, as consequências de um tal desenvolvimento sobre o proletariado.
As grandes cidades
A guerra social, em grandes cidades é explicitamente declarada. Tal como o amigo Stirner, os homens só se consideram reciprocamente como objetos utilizáveis: cada um explora o outro e resultado é que o mais forte pisa no mais fraco e os poucos fortes, isto é, os capitalistas, se apropriam de tudo, enquantos aos muitos fracos, aos pobres, mal lhes resta a vida. Na escala em que, nessa guerra social, as armas de combate são o capital, a propriedade direta ou indireta dos meios de subsistência e dos meios de produção, é óbvio que todos os ônus de uma tal situação recaem sobre o pobre. Ninguém se preocupa com ele: lançado nesse turbilhão caótico, ele deve sobreviver como puder.
É obvio que não pretendo afirmar que todos os operários vivem na miséria; mas afirmo que milhares de famílias honestas e laboriosas - muito mais honestas e estimáveis que todos os ricos - encontram-se em condições indignas de seres humanos e que todo proletário, sem qualquer exceção, sem que a culpa seja sua e apesar de todos os seus esfoços, pode ter o mesmo destino.
Uma cidade como Londres, onde é possível caminhar horas e horas sem sequer chegar ao princípio do fim, sem encontrar menor sinal que faça supor