CIDADANIA
O princípio constitucional da cidadania tem sido, na atualidade, alvo de atenções e estudos, vez que vários seguimentos da sociedade tem se mobilizado em busca de seus direitos, de maior participação na vida pública e por mais justiça.
Entretanto, o autor nos convida a analisarmos o conceito de cidadania ao longo da História. Para isso, reporta à Grécia Antiga, onde a expressão cidadania tinha um rico significado, pois o homem da cidade era o cidadão que devia total obediência à lei e que participava dos destinos da comunidade, ou seja, tinha por tarefa primordial assegurar e manter a ordem geral da cidade.
A evolução da cidade grega para a cidade moderna, a partir da Revolução Industrial e o desenvolvimento da produção capitalista, marca a ruptura com a velha tradição, baseada na forma coletiva, dando início à chamada sociedade urbana, pautada na forma associativa, considerada certo sistema de valores, normas e relações sociais possuindo uma especificidade histórica e uma lógica própria de organização e de transformação. Tudo isso produto de um novo modo de produção, que criou uma nova estrutura social, balizada pela burguesia e o proletariado.
Assim, as grandes cidades são os lugares de nascimento dos movimentos operários, quando esses começaram a refletir sobre sua própria condição, e a combatê-la. Por isso, as cidades são importantes porque são nelas que as reivindicações de cidadania se iniciam.
Entretanto, com o desenvolvimento de sociedades complexas, o que se tem atualmente, ao contrário do que se tinha no início das primeiras cidades, é o esfacelamento da cidadania em seu conceito mais amplo, pois as estruturas modernas levaram os homens ao anonimato, à superficialidade, à falta de participação.
Estamos num contexto histórico em que a democracia representativa encontra-se esfacelada, à beira de uma ameaça totalitária, em que há relativização de direitos e garantias fundamentais, em nome