cidadania
A comprovação dessa realidade tem despertado a preocupação de muitos educadores para essa questão. Vários estudos têm surgido na tentativa de encontrar resposta para o fracasso escolar dos alunos das camadas populares.
Inúmeras explicações para a não aprendizagem desses alunos têm surgido, como as centradas nas ideologias do dom da deficiência cultural e da diferença cultural, apontada por SOARES (1989).
Todas essas explicações buscam nos alunos a causa do seu próprio fracasso, destacam suas faltas e suas deficiências, sem considerar o contexto social e a vinculação destes com a realidade mais ampla.
Outro entendimento de natureza humana encontra-se nos estudos dos teóricos da abordagem sócio-histórica (VIGOTSKY, LÚRIA e LEONTIEV), segundo os quais o funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo, sendo essas mediadas por sistemas simbólicos e desenvolvidas num processo sócio-histórico, daí porque o homem precisa ser compreendido no seu contexto sócio-histórico.
Há que se destacar os estudos sobre o processo de aquisição da língua escrita.
Vários desses concebem a escrita com um sistema de representação, cuja construção envolve atividades intelectuais do sujeito. O ensino da língua escrita exige um processo de troca entre o sujeito que aprende e o objeto de conhecimento. Com base nesse referencial, foram desenvolvidos vários estudos sobre o processo de aquisição da língua escrita, destacando-se os realizados por Emília
Ferreiro e Ana Teberosty. Nesse estudo, as pesquisadoras descobriram que há um processo evolutivo na aquisição da linguagem escrita, descrito por elas em níveis, cujo ponto de partida é a ausência da correspondência entre