Cidadania ativa
Sérgio Haddad1
Garantir o acesso das pessoas jovens e adultas à educação é, antes de tudo, respeitar um direito humano. Direito que satisfaz uma vocação que é ontológica ao ser humano: o de
“querer ser mais”; diferentemente dos outros seres vivos, o ser humano busca superar sua condição de existência do mundo, procurando cada vez mais se aperfeiçoar, conhecer mais, mudar suas condições de existência. Para tanto, utiliza-se do seu trabalho, transforma a natureza, convive em sociedade.
Ao exercitar sua vocação, o ser humano faz História, muda o mundo, esta presente na sociedade de uma maneira ativa, convivendo com os demais, pensando a sua existência, transformando sua realidade.
A educação é um elemento fundamental para a realização dessa vocação humana.
Não apenas a educação escolar, mas a educação no seu sentido amplo, a educação pensada num sentido amplo, que implica na educação escolar, mas que não se basta nela, porque o processo educativo começa com o nascimento e termina apenas no momento da morte do ser humano. Esta educação está presente no âmbito familiar, na comunidade, no trabalho, junto com os amigos, nas igrejas, no movimento social, etc. Os processos educativos permeiam a vida das pessoas. Tais processos podem ser formais, como são as escolas, ou informais, como é a aprendizagem no âmbito da família, ou numa comunidade.
Os jovens e adultos analfabetos, ou com pouca escolaridade, são pessoas que tiveram no seu passado um direito violado por não poder freqüentar a escola. Ao serem privados desse direito, perderam uma importante ferramenta: o acesso ao saber sistematizado que é produzido pela humanidade.
Ao mesmo tempo, sabemos que as pessoas que passam por processos educativos, em particular pelo sistema escolar, exercem melhor sua cidadania, pois têm melhores condições de realizar e