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Ao usar a sua celebre frase - "Historia magistra vitae est" - o romano Cícero diz que devemos aprender com o passado para entender o que está acontecendo e o que virá a acontecer. Com o início da era cristã, inaugura-se um novo espaço de experiência que realiza um movimento de transcendência em relação à historiografia grego-romana. Dali em diante, o tempo deixaria de ser concebido ciclicamente como propusera Platão para ser apreendido de forma linear de acordo com as considerações de Santo Agostinho em Civitas Dei, principiando junto ao nascimento de Cristo - ano 0 - e com término marcado para o dia o Juízo Final. Podemos dizer que, até o século XVIII, o passado, presente e futuro encontravam-se nitidamente vinculados, isto é, até então as modificações ocorridas se davam em um ritmo tal que os exemplos do passado ainda se mostravam pertinentes e esta analogia era prontamente possível. Porém com a Revolução Francesa e os demais eventos que a sucederam, o modelo tradicional da temporalidade histórica foi, digamos assim, quebrado. No entanto, não podemos dizer que a partir de então a história deixou de ser um conhecimento útil à vida. A história permaneceu e se fortaleceu como modelo de reflexão indispensável para o agir no momento pós Revolução Francesa e no século seguinte. No livro "A Palavra e as Coisas" o filósofo da história, Michel Foucault, define que no século XIX a “história emerge ao mesmo tempo como saber e como modo de ser da empiricidade”, fato é que o século XIX ficou conhecido como "o século da história" No século XX, o historiador alemão Reihart Koselleck, em sua obra "Futuro-Passado", pensou em duas categorias epistemológicas que dariam meios para uma análise dos modos de apreensão da temporalidade histórica. Segundo o autor, estas categorias constituem meios apropriados de tratar o tempo histórico, exatamente pela forma como associam passado e futuro às noções de experiência e expectativa e, de espaço e

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