Cicatrização de Feridas
As feridas são lesões resultantes da ruptura da integridade cutânea, provenientes dos mais diversos tipos de traumatismos. A cicatrização, por sua vez, é um processo dinâmico que envolve várias etapas e fatores interdependentes, sejam eles de cunho funcional, sequencial ou temporal, cuja função é a de reparação da lesão, ou seja, a recuperação do organismo ante o dano causado.
Segundo o doutrinador Fábio Schmidt Goffi, a cicatrização pode ocorrer por fechamento primário, fechamento secundário ou fechamento primário tardio, também denominados de primeira, segunda ou terceira intenção, in verbis:
As feridas sem perdas teciduais, cujos bordos podem ser facilmente aproximados, como as feridas cirúrgicas, cicatrizam por primeira intenção. Este processo não apresenta tecido de granulação visível e geralmente resulta numa cicatriz aceitável do ponto de vista estético.
A cicatrização por segunda intenção ocorre nas grandes perdas teciduais, após extensos desbridamentos e infecções ou ainda quando os bordos da ferida estão afastados.
A cicatrização por terceira intenção ou primeira intenção retardada dá-se quando uma ferida contaminada é deixada aberta para granular. Três a sete dias após, na ausência de processo infeccioso, sutura-se. A ferida, então, passa a cicatrizar por primeira intenção.1
Assim, verifica-se que o processo cicatricial depende, exemplificativamente, do tipo de ferida existente, bem como também da localização anatômica desta, do tipo de pele e da técnica cirúrgica utilizada.
Grande parte dos estudiosos adotam a divisão da cicatrização em três etapas, quais sejam, fase inflamatória, fase proliferativa e fase de maturação. Outros, entretanto, admitem a existência de cinco fases2; coagulação, inflamação, proliferação, contração e remodelação. Porém, a divisão em etapas possui cunho meramente didático, visto que, conforme salientado inicialmente, é um processo interdependente, ou seja, não existe um momento certo de separação