Chacina do Borel
Breve Histórico do Borel
1861 foi o ano em que se deu início ao reflorestamento da área da Grande Tijuca, onde a vegetação daquele lugar foi reestabelecida. Mesmo assim a Tijuca continuava ocupada e logo seria declarada zona urbana (1870), marcando a chegada de melhor infraestrutura, como água, luz, esgoto e serviços de transporte a vapor e eletricidade. No local hoje conhecido como Morro do Borel, a vegetação da Mata Atlântica, suas vinte e duas nascentes de água potável e os dois córregos condutores ao rio Maracanã foram recuperados.
Em 1910, a primeira fábrica da Companhia de Cigarros Souza Cruz se muda para as instalações da antiga Imperial Fábrica de Rapé Paulo Cordeiro, próximo ao morro. É de uma de suas antigas marcas de cigarro que viria o nome “Borel”, cuja estampa – um pavão – posteriormente se tornou o símbolo da escola de samba Unidos da Tijuca, criada em 1931 por seus moradores, dos quais alguns trabalhavam na fábrica da Souza Cruz.
Em 1921, um senhor chamado Manoel Isidério escolheu as terras hoje do Borel e derrubou o matagal. Alugava pedaços da terra para aqueles que se propunham a erguer seus próprios barracos. Isidério cobrava um pequeno aluguel mensal.
Uma década depois, o negócio foi passado adiante para uma senhora chamada Dona Hortência, que logo vendeu-o para dois sócios, Daniel e Pacheco. Estes permaneceram como “donos” do morro – cobrando aluguéis e mantendo a ordem por meio de uma equipe de capangas – até meados dos anos de 1940. Durante esse tempo, montaram um escritório do qual administravam o morro e seus capachos agiam como policiais juízes, impondo suas regras e resolvendo conflitos entre moradores.
No início dos anos de 1950, a empresa imobiliária Borel Meuren Ltda. já havia iniciado o loteamento e urbanização da rua Conde do Bonfim, fechando um acordo com Daniel e Pacheco para que abandonassem seu negócio de locação das terras do morro, uma vez que se