“O que é ser criança?” “o que vem a ser a adolescência?”.
Para aqueles mais rápidos em suas respostas, ser criança “é viver um mundo de sonhos e fantasias, gostar de comer bolo de chocolates, é o melhor momento da vida”. Ao mesmo tempo, a compreensão da adolescência é permeada pela idéia de “aborrescência, rebeldia e atrevimento”. De um modo geral, existe a compreensão de que ser criança resume-se em ser feliz, alegre, despreocupado, ter condições de vida propícias ao seu desenvolvimento, ou seja, a infância é considerada o "melhor tempo da vida". Já a adolescência se configura como um momento em que, naturalmente, o indivíduo torna-se alguém muito chato, difícil de se lidar e que está sempre criando confusão e vivendo crises.
As diferentes concepções sobre criança e adolescente foram socialmente e historicamente construídas, para Philippe Ariès As crianças eram ausentes da história até a Modernidade, precisamente da Antiguidade à Idade Média não existia a chamada infância.
Segundo Ariès, (1981), a não existência da infância durante os séculos pré-modernos se dá pelo fato de que neste período da história a criança era vista sem diferença alguma em relação ao adulto, “a criança tinha um papel social mínimo, sendo muitas vezes, consideradas no mesmo nível que os animais ( sobretudo pela altíssima mortalidade infantil, que impedia um forte investimento afetivo desde o nascimento. Até os seus brinquedos são os mesmos dos adultos e só com a Época Moderna é que se irá delineando uma separação ( Cambi, 1999, p. 176)
Em torno do século XVII inicia-se a discriminação entre o adulto e a criança, perdendo aos poucos a idéia de que são apenas adultos que ainda não cresceram. Neste período a Igreja e os moralista a percebem como um ser inocente, como puras criaturas pequeninas de Deus, que precisam ter sua inocência preservada e precisam ser educadas, vigiadas e corrigidas.
Nesse contexto histórico-cultural é que se compreende a força e o