cem dias entre o ceu e o mar
Sua aventura foi realizada no final do outono, tendo o inverno pela frente, época de maior dificuldade. A partida o fez pensar na família, nos amigos, em Paraty e no Brasil, onde a resposta de suas reflexões parecia distante, parecia passagem só de ida, caminho sem volta. O fez entender as coisas ocultas, o fez entender as coisas do mar, o fez conversar com as ondas, a não discutir com o tempo, a transformar o medo em confiança. Entendeu que é preciso ter paciência e dominar a força das águas e dos ventos pela razão. Se não dá para vencer a corrente pelos braços dá para vencê-la com a cabeça. Na coragem e na confiança venceu ondas de 16 metros de altura e ventos de
174 km por hora, também superou tempestades ininterruptas de até 7 dias.Se por vezes o susto e o medo tomava conta, por outras, o mesmo Atlântico o surpreendia com seu silêncio, onde podia sentir a força das braçadas remadas, também podia ouvir o ruído das gaivotas pescando e saltando, suas brincadeiras me distraiam por horas de trabalho. Viveu momento de intensa beleza no seu barquinho subindo e descendo as ondas sem teimar com o mar, sem desafiar aquelas montanhas de águas. Passou horas refletindo sobre a vida e estudando. Foi