Celso furtado - formação econômica do brasil
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL, DE CELSO FURTADO, PERMANECE ENTRE AS OBRAS QUE MELHOR EXPLICAM O PAÍS E GANHA REEDIÇÃO DA COMPANHIA DAS LETRAS
TEXTO PUBLICADO NO CADERNO PENSAR DO CORREIO BRAZILIENSE Brasília, sábado, 17 de fevereiro de 2007
UNANIMIDADE NACIONAL NELSON TORREÃO DA EQUIPE DO CORREIO Quando faziam as entrevistas para Conversas com economistas brasileiros (Editora 34 Ltda., São Paulo, 1996), Ciro Biderman, Luis Felipe L. Cosac e José Marcio Rego se defrontaram com uma unanimidade – de Delfim Netto a Maria da Conceição Tavares, passando por Roberto Campos, todos os entrevistados citavam Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, entre os livros mais importantes que haviam lido. A obra deve sua importância à originalidade das teses defendidas por Furtado sobre o desenvolvimento econômico do Brasil. Recorrendo às ferramentas de análise da escola estruturalista – da qual Furtado e o economista argentino Raul Prebisch foram os pais –, Formação Econômica do Brasil sustenta que o subdesenvolvimento do país se deve a características históricas que tornam o país diferente das economias desenvolvidas. Ao reivindicar essas especificidades, Furtado descarta, como inapropriada, a aplicação de conceitos da teoria econômica européia ao caso brasileiro. As respostas para entender o problema do subdesenvolvimento nacional não deveriam ser buscadas apenas na teoria econômica, mas também nas estruturas sociais, política e institucionais que se geraram ao longo da história. É nesse ponto que reside a primeira contribuição metodológica de Formação Econômica do Brasil, primeiro volume da obra completa do autor, que será publicada integralmente pela Companhia das Letras – o próximo lançamento será A economia latino-americana. Nascido em 1920 em Pombal, na Paraíba, Furtado formou-se em direito na Universidade do Brasil, em 1944, decidindo dedicar-se à economia. Defendeu sua tese
de doutorado na Universidade de