Guerras e rebeliões indígenas do ´seculo xviii
Os comerciantes luso-brasileiros tinham muito interesse em deixar livre a região, pois o rio Madeira era na época passagem natural para Vila Bela, então capital do Mato Grosso, que por sua vez dava acesso a Cuiabá e daí para o restante da colônia.
Pressionaram então o capitão do forte São José do Rio Negro, hoje Manaus, para que mandassem suas tropas destruir as numerosas aldeias dos Mura ao longo dos rios Negro e Madeira.
A resistência dos Mura se prolongou por mais de cem anos. Utilizando a tática da guerrilha, conseguiram manter afastada a expansão colonial. Apenas no final do século XVIII, as missões carmelitas conseguiram aldear esses valentes indígenas.
Muitos outros grupos foram dizimados ou aldeados, liberando os grandes rios, como Solimões, Madeira, Negro, Branco e Amazonas, aos invasores portugueses, que então podiam viajar por centenas de quilômetros através de suas ribeiras esvaziadas de gente e abandonadas.
O jesuíta João Daniel escreveu com tristeza: “Esses rios, um dia povoados de índios tão numerosos como nuvens de mosquitos e aldeias sem fim, com uma diversidade incontável de línguas e povos, foram abandonados: de mil índios, resta um”.
No começo do século XVIII, uma série de rebeliões indígenas ocorre na Amazônia, com os índios surpreendendo com mudanças em suas táticas militares