Rebeliões Nativistas
Do século XV ao XVIII, o capitalismo comercial serviu para acumular capitais e ampliar os mercados consumidores, por meio da política econômica mercantilista baseada no metalismo, numa balança comercial favorável e na intervenção do estado na economia com o propósito de organizá-la. O colonialismo surgiu como uma maneira mais fácil de as potencias europeias garantirem um balanço comercial favorável. O pacto colonial formalizou as relações entre as colônias e as metrópoles em beneficio das últimas.
Na segunda metade do século XVIII, no entanto, o capitalismo comercial já havia cumprido sua função: abundantes riquezas concentravam-se nos centros europeus, ao mesmo tempo em que se processava a integração econômica dos mercados mundiais. Como veremos, os sinais da superação do capitalismo comercial afloravam. O mercado consumidor, ampliado durante a Revolução Comercial, exigia mais mercadorias. O capital acumulado pela burguesia comercial nesse período de três séculos passou a ser investido na produção. As inovações tecnológicas dos séculos XVII e XVIII possibilitaram o surgimento da indústria fabril na Inglaterra. Iniciava-se a Revolução Industrial. A Inglaterra foi, durante 70 anos, o único país industrializado do mundo. Não é de estranhar, portanto, que ela se posicionasse a favor do livre comércio, e o pacto colonial era, sem dúvida, a maior das barreiras a ele. Assim, a Inglaterra passou de fervorosa adepta do colonialismo a intransigente incentivadora da independência das colônias. Independentes, as ex-colônias fariam parte do mercado consumidor para os manufaturados ingleses, além de fornecerem matérias-primas a baixo preço. Em contraposição ao mercantilismo, surgiu na Inglaterra o liberalismo econômico, teoria que pregava a não intervenção do Estado na economia, a livre concorrência e o fim do pacto colonial. Essa teoria justificou e impulsionou o capitalismo industrial a