Cautelas no prejulgamento do juiz: do jurídico ao esportivo.
O caminho do Karatê permite agregar conhecimentos e descobertas variadas ao seu estudioso que vão desde o conhecimento de golpes e defesas, até a filosofia de cada movimento, da respiração nos katas e do comportamento humano nas lutas, como nas competições, conforme será detalhado adiante. Ou seja, as repetições dos exercícios físicos fazem parte do aperfeiçoamento das técnicas, seja nas modalidades de treinamento de kihon, de kata ou de kumitê. Também constata-se um outro aspecto na formação do carateca, qual seja o estudo teórico e filosófico, o que favorece o amadurecimento do caráter e entendimento cristalino sobre diversos aspectos desta arte, tal como o esportivo, foco desta pesquisa.
Nestes diversos destinos por onde percorre o Karatê, encontra-se a competição, com modalidades e regras variantes conforme o estilo que se pratica, mas todos com a essência original do esporte. Trata-se assim não só de um conjunto de técnicas para serem executadas dentro da academia, passando-se a formalizar o Karatê em uma área desportiva.
Para tratar da atividade desportiva neste trabalho, foca-se na figura do árbitro, uma vez que é uma das peças fundamentais para o bom andamento de qualquer evento esportivo, abordando os conceitos filosóficos especificamente no que tange ao ato humano de julgar.
A pesquisa baseia-se em conceitos retirados da literatura jurídica, por ser berço do elemento institucionalizado para trazer ordem e justiça à sociedade, qual seja o magistrado, bem como em análises de regras de competição de duas entidades nacionais (CKIB e CBKI) e uma internacional (SKIF), todas da linhagem de karatê interestilos.
O tema busca ainda interpretar o comportamento do árbitro sob os aspectos de neutralidade ou imparcialidade para ser capaz de construir uma comunidade baseada nos conceitos de justiça, amizade e respeito.
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