caso kodac
Um dos símbolos do capitalismo global, a Kodak enfrenta a maior reestruturação de sua centenária história. Tudo começou quando seus líderes se recusaram a admitir que seu principal produto havia ficado obsoleto — um tipo de problema comum no mundo dos negócios e que pode, em muitos casos, ser fatal
Por mais de 100 anos, a Eastman Kodak Company foi um dos símbolos do capitalismo americano de alcance global e sinônimo de praticamente todo tipo de produto ou tecnologia ligados à fotografia. Sua sede, na cidade de Rochester, extremo oeste do estado de Nova York, quase na fronteira com o Canadá, tornou-se um emblema do poderio da empresa, com sua área gigantesca ocupada por 220 prédios, entre escritórios, unidades de produção de filmes e papel fotográfico. Recentemente, a brutal transformação pela qual a Kodak vem passando nos últimos quatro anos tornou-se explícita também na paisagem do complexo industrial, batizado de Kodak Park. Um após o outro, cerca de 100 prédios do complexo foram demolidos. O objetivo da operação de desmanche foi abrir espaço para novas instalações e desocupar terrenos postos à venda pela empresa. A demolição de parte do Kodak Park foi a etapa final de um gigantesco processo de reestruturação da empresa, uma intervenção que consumiu mais de 6,4 bilhões de dólares e ceifou os empregos de cerca de 60 000 pessoas em todo o mundo. “Foi uma transição dura, mas inevitável. Não podíamos continuar fabricando produtos que as pessoas não querem mais comprar”, disse a EXAME o presidente mundial da empresa, Antonio Perez.
Ao contrário do que acontece com as pessoas, as empresas nascem, crescem, chegam à maturidade, mas podem simplesmente nunca morrer. No Japão, existem negócios com mais de 1 000 anos de idade. Na Europa, há companhias com centenas de anos — caso da cervejaria irlandesa Guinness, criada há 248 anos. A receita para a longevidade de uma corporação está, em larga medida, relacionada à