Caso Genie
Genie, era uma criança que desde cedo permaneceu isolada do contacto humano. Era agredida pelo pai sempre que emitia sons, por isso cresceu sem estímulos visuais e auditivos. Esta privação de estímulos fez com que Genie não tivesse desenvolvido a linguagem, a atividade cerebral apresentasse em perfil anormal e não tivesse desenvolvido características motoras próprias da sua idade.
Tudo mudou quando Genie foi libertada e começou a explorar o meio ambiente com a ajuda de especialistas.
Após ter sido libertada, Genie evidenciou uma evolução significativa.
Começou a explorar intensamente o meio ambiente, tal como uma criança pequena, utilizando o tacto para se familiarizar com as coisas e pessoas que a rodeavam. Nas palavras dos médicos, explorava “como se fosse cega”, utilizando o toque para se relacionar com o meio.
Acabou por adquirir um vocabulário razoável, aprendendo a utilizar uma língua por intermédio de repetição das palavras que escutava.
Sofreu um retrocesso no momento em que foi reprimida por uma das famílias de acolhimento por onde passou, possivelmente, por ter estabelecido uma associação à forma como o pai a punia de cada vez que emitia sons.
Mais tarde, acabou por ser capaz de estabelecer vínculos de ligação e confiança, que certamente terão influenciado bastante a sua capacidade para aprender e melhorar.
No entanto, apesar de ter feitos muitos progressos após ter sido libertada, Genie nunca foi capaz de atingir um desenvolvimento normal da sua linguagem.
Resumindo, ainda que a componente genética seja um fator muito importante no desenvolvimento da capacidade intelectual, os fatores do meio desempenham um papel decisivo na determinação do modo como a componente genética se expressará. A pessoa é assim resultado de uma história em que se interligam fatores hereditários e fatores ambientais. A complexidade do que somos deriva do potencial herdado e dos efeitos do meio.