Caso BMW
Chris Bangle tinha a função de supervisionar 220 designers na BMW, mediando as relações entre os “modelos mentais” artístico e corporativo dentro da companhia. O que ele fazia, equilibrar arte e comércio, não é um privilégio da indústria automobilística: estúdios de cinema, firmas de design de moda e marcas de luxo fazem a mesma coisa.
Para Bangle, o conflito entre arte e comércio pode ser atenuado a partir de três princípios: proteger o time criativo, salvaguardar o processo artístico e ser um comunicador inventivo.
A Alma da Máquina
Chris Bangle é um designer de carros que teve sua carreira influenciada por mestres do design europeu. Nascido nos Estados Unidos, Bangle ingressou na BMW em 1992, após vários anos nos estúdios de design da Opel e da Fiat. O estúdio em que trabalhou é parte de um grande campus de pesquisa e desenvolvimento em Munique, com uma área de 140.000 m2.
Durante sua estadia em Munique, a equipe do campus, em conjunto a empresa-irmã Designworks
USA, produziu os designs externos e internos da família de carros da série 3 da BMW. O grupo desenhou a série 5 Touring, Z3 M-Coupe, o X5 e o X8, assim como os carros “M”, os modelos de carros-conceito Z9, e as motocicletas da BMW. O mini-carro da BMW também nasceu em
Munique, além do design de dezenas de outros produtos, como relógios, óculos de sol, bicicletas, bagagens e roupas.
Para Chris Bangle, o valor central da BMW é o fato de ser uma empresa “orientada para a engenharia, cujos carros e motocicletas nascem da paixão”. “Nós não fazemos ‘automóveis’, que são máquinas utilitárias, usadas para te levar do ponto A para o ponto B. Fazemos ‘carros’, obras de arte em movimento que expressam o valor do condutor pela qualidade.” Apesar de soar como
New Age, essa era uma crença arraigada na BMW, razão pela qual a empresa insistia na
“honestidade” do design. “Estamos convencidos de que se usarmos plásticos com tons amadeirados em nossos painéis, em vez de