Case havaianas
A trajetória das Havaianas se inicia em 1908, como simples alpargatas. Passa para o status de sandálias top em algumas décadas e culmina em coleções assinadas por renomados estilistas e cartunistas. Há peças confeccionadas com cristais e diamantes, para a clientela mais afortunada e conta, também, com modelos coloridíssimos que inovam a cada temporada.
Antes, é preciso considerar que data de antes de Cristo o primeiro sapato da história criado tão-só para afastar os pés do solo repleto de micróbios. Nesse início do uso de sapatos – na verdade, de seus primos pré-históricos –, há uma “disciplina” do andar, um habitus de natureza social designado pelo filósofo Marcel Mauss como uma das “técnicas corporais”. A frase célebre de Mauss, “o corpo é o primeiro e mais natural instrumento do homem”, evidencie o modo como os homens, sociedade por sociedade, história por história, sabem e se servem de seus corpos. Logo, comportamentos como o caminhar são específicos em cada época e em cada sociedade.
Apesar de serem primeiramente úteis, a partir do momento em que se vestem os sapatos por uma razão estética ou de status symbol, por motivações psicológicas ou sociais, eles passam a ser considerados uma “moda”. Para diferenciar-se dos outros, o homem “personaliza” seu corpo através de um elemento que acrescente a ele, isto é, a moda se situa – ou se inicia – no ponto em que finda essa utilização “funcionalística” natural do corpo.
A moda, enquanto fenômeno sócio-cultural e econômico, muda como uma transformação sintomática