Casa de taipa
HISTÓRICO
A Taipa em `Pau-a-Pique' é um processo milenar de construção. Os Portugueses trouxeram-na para o Brasil, quando só havia as ocas dos índios, e a difundiram de norte a sul do país. Tornou-se assim uma das manifestações mais tradicionais de nossa arquitetura, e teve seu período de excelência durante o ciclo do ouro em cidades como Ouro Preto, Congonhas e Diamantina.
TÉCNICA
É o barro armado com madeira. Consiste numa estrutura de ripas de madeira ou bambu, formando um gradeamento, cujos vazios são preenchidos com barro amassado.
DECLÍNIO
A técnica vem sendo conservada pela tradição oral, mantendo seu conhecimento no meio rural, com perdas de suas características, qualidades e possibilidades futuras. O preconceito somado à industrialização da construção civil determinaram o declínio deste tradicional processo de construção, que foi definitivamente atingido pela má escolha dos materiais, e no progressivo abandono e esquecimento das práticas de sua feitura.
DISCRIMINAÇÃO
Relegada como técnica primitiva, desprezada não só pelas elites mas até mesmo pelas camadas populares, este tipo de construção ficou ligado à miséria e traz embutido um caráter de moradia provisória, um abrigo passageiro contra a opressão da natureza.
TRANSITORIEDADE
Apesar de tantos obstáculos, milhões de trabalhadores da cidade e do campo, continuam a recorrer a essa técnica de edificação. É a construção possível para a moradia necessária. É a única tecnologia à disposição das camadas pobres da população.
Sua habitação é o exato reflexo de suas condições sócio-político-cultural, sendo produzida a partir de um procedimento artesanal com aproveitamento dos recursos locais disponíveis. Nesse contexto, a casa é apenas mais um item da sua estratégia de sobrevivência, e inseparável de um caráter transitório. Assim, querer produzir uma casa acabada, permanente e estática quando para ele tudo é provisório, dinâmico e improvisado, acaba sendo uma contradição que pode