CARTILHA PNHR
COLETIVA
DE UM COLETIVO
CONSTRUINDO O PODER
PROGRAMA
NACIONAL
DE HABITAÇÃO RURAL
Informações Básicas
POPULAR
A REALIDADE AMAZÔNICA
Pensar o URBANO na Amazônia a partir da lógica metropolitana predominante nos discursos e debates sobre a criação de um Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano, além de não corresponder à realidade das cidades da Região, tem dificultado profundamente quaisquer planejamentos e/ou inserções nos espaços de transição rural-urbana, dada a superposição de diversas legislações e de complexos processos espaciais.
O hibridismo entre o que legalmente se entende como cidade ou campo distancia a existência desse limite, porém, não se pode pensar no âmbito do município sem considerar o rural com suas relações ora de dependência, ora de mantenedor do urbano. O papel do rural perpassa pelo discernimento de que este muitas vezes está no urbano, e que o urbano também se imbrica no rural o que, como bem assinalou a Professora Tatiana Schor no XII Encontro Nacional da ANPUR, em Belém, em 2007, reforça a perspectiva linear – no sentido de avanço do processo de urbanização que se prolongou para a área rural aproximando-o do modo de vida urbano.
Reforçando esta compreensão, encontramos em uma publicação do Núcleo Cidadania Amazônia da
FASE, a citação de que Donald Sawyer, num de seus estudos sobre a questão demográfica na Amazônia, afirma que há um enraizamento da população rural, em que apesar da intensa urbanização, cerca de 8 milhões de habitantes continuam vivendo nas áreas rurais, um “contingente nada desprezível que continua crescendo”. A relação apontada entre o desmatamento e a intensa urbanização ganha um sentido todo especial nesta região, posto que é aqui que se encontra a maior floresta tropical do planeta e as consequências da exploração predatória da madeira repercutem não somente na própria região, mas tem reflexos para além das fronteiras dos estados amazônicos. Além do mais, a concentração