Carta magna de 1215
Em 1215, o rei inglês João 1º (1167-1216) viu-se obrigado a assinar um documento de significação abrangente. A regência do soberano considerado teimoso e descontrolado nunca esteve sob uma boa estrela. Ele era ridicularizado pelo fato de seu pai, Henrique 2° (1133-1189), tê-lo ignorado na partilha da herança. Assim, ganhou o cognome de "João Sem Terra" (John Lackland, em inglês).
Desde o início, sofrera por ser o sucessor de seu popular irmão Ricardo Coração de Leão (1157-1199). Além disso, envolveu-se numa rixa constante com a Igreja. Cautelosamente, o clero evitava que João ganhasse influência sobre assuntos eclesiásticos internos. Porém a rápida perda de prestígio do soberano deveu-se, sobretudo, aos longos anos de disputas com a França em torno das posses continentais da coroa inglesa no norte francês.
Invasão na França fracassa – privilégios para nobreza inglesa
Desde 1202, João 1º vinha sofrendo pressão do soberano francês Filipe 2°, o Augusto. Por vezes, as posses inglesas na França eram confiscadas. Por vezes, eram restituídas através de regulamentações contratuais. Por vezes, nobres franceses se rebelavam no norte da França. E por vezes, o papa intervinha. Em 1209, João 1º chegou até mesmo a ser excomungado.
No início de 1214, o soberano francês ameaçou atacar a Inglaterra e João 1º se antecipou, invadindo a França. Mas a invasão foi um lamentável fracasso. A vergonha da derrota fez com que a nobreza inglesa se levantasse definitivamente contra seu soberano. Em 63 artigos, os nobres estipularam quais direitos queriam que o rei inglês garantisse a eles e a seus descendentes.
A exigência mais importante era o direito a que nenhum imposto fosse mais criado sem a aprovação da nobreza. Da mesma