Carolina cotes
P.269
1. O autor atribui a diminuição do poder sindical na sociedade atual às inúmeras e significativas mudanças no mundo do trabalho que acarretaram consequências no universo da subjetividade, da consequência do ser social que trabalha; Particularmente, os resultados que essas transfomações tiveram nas ações de classes dos trabalhadores, em seus órgãos de representação e mediação, como os sindicatos que presenciam uma reconhecida situação crítica. Um outro elemento decisivo no desenvolvimento e expansão da crise sindical é encontrado no fosso existente entre trabalhadores “estáveis”, de um lado, e aqueles que resultam do trabalho precarizado etc., de outro.
2. Com o aumento desse abismo social no interior da própria classe trabalhadora, reduz-se fortemente o poder sindical, historicamente vinculado aos trabalhadores “estaveis” e, até agora, incapaz de aglutinar os trabalhadores parciais, temporários, precários, da economia informal etc.
3. Essas transformações também afetaram as ações práticas de greves, que tiveram sua eficácia em alguma medida reduzida em decorrência da fragmentação e heterogeneização dos trabalhadores. Ao longo da década de 1980, pôde-se constatar uma diminuição dos movimentos grevistas nos países capitalistas avançados, que por certo advém das dificuldades de aglutinar, nums mesma empresa, os operários “estáveis” e aqueles “terceirizados”, que trabalham por empreitada, ou os trabalhadores imigrantes, segmentos que não contam, em grande parte, nem mesmo com a presença de representação sindical.
4. A fragmentação, heterogeneização e complexificação da classe-que-vive-do-trabalho questiona na raiz o sindicalismo tradicional e dificulta também a organização sindical de outros segmentos que compreendem a classe trabalhadora. O sindicalismo tem encontrado dificuldade para incorporar as mulheres, os empregados de escritório, os que trabalham no setor de serviços mercantis, os empregados de pequenas empresas e os