Macroinvertebrados
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Anelídeos Poliquetas da costa oeste do
Ceará
Introdução Os poliquetas são vermes anelídeos predominantemente marinhos e bentônicos, havendo apenas algumas famílias pelágicas. São reconhecidamente dominantes em ambientes marinhos de substrato inconsolidado, independente da profundidade (Day, 1967a). Revisões gerais sobre a diversidade e função dos poliquetas em comunidades bentônicas de fundos inconsolidados, apontam este grupo como, geralmente, o mais abundante neste tipo de comunidade
(Knox, 1977; Fauchald & Jumars, 1979; Hutchings, 1998). No entanto, a grande diversidade de formas e hábitos alimentares garantiram sua distribuição em praticamente todos os habitats marinhos, podendo ser encontrados desde a zona entre-marés até a zona hadal, nos diversos tipos de substrato, sendo comuns também em estuários. Algumas espécies conseguem viver até mesmo em água doce (Day, 1967a; Santos, 1996). Estes animais participam significativamente da cadeia trófica de ecossistemas marinhos, chegando a contribuir com até 80% do volume alimentar ingerido por algumas espécies de peixes de importância econômica. Algumas espécies são bastante apreciadas como isca, para pesca desportiva, alcançando altos preços e movimentando um comércio internacional, principalmente entre Estados Unidos e Europa e os países asiáticos, que envolve cifras de milhões de dólares
(Amaral & Migotto, 1980). Atualmente, com o desenvolvimento de atividades como a carcinicultura, estes animais são utilizados como alimento natural e também entram na composição de rações para as espécies cultivadas. Segundo classificações mais recentes, o grupo abrange mais de 8.000 espécies, distribuídas em cerca de
84 famílias, podendo este último número variar, devido a divergências entre autores de diferentes orientações sistemáticas. No Brasil, já foram identificadas cerca de 800 espécies (Nogueira, 2000). A despeito de sua importância, o grupo é