Carne e Osso
O documentário inicia com depoimentos anônimos de diversos trabalhadores do ramo frigorifico. Seus relatos apontam para um ponto em comum: a necessidade de vencer a máquina. Diversos trabalhadores, cuja função é vencer uma esteira rolante 8 horas por dia, numa mesma posição evitando qualquer outra movimentação que cause perda de tempo e ocasione o não atingimento da meta. O mercado é quem dita os períodos em que eles precisarão se esforçar mais para atingir a meta esperada. Em épocas de exportação, o ritmo é aumentado; durantes fiscalizações o ritmo é reduzido e uma maior quantidade de funcionários é posta na produção. Para as empresas, abater a maior quantidade possível de animais sem precisar pagar hora extra ou contratar novos funcionários é a principal meta a ser conquistada diariamente. Para os funcionários, isso representa mais um dia problemático e exaustivo sem solução. Durante todo o vídeo é desconcertante observar as condições humilhantes aos quais os trabalhadores do setor são obrigados a aceitar. Pausas minusculas, idas ao banheiro controladas, pressão psicológica dos supervisores e encarregados para que se vença a máquina. Mesmo doentes, não se permitem falhar, e mesmo machucados, desempenhavam suas atividades por medo do desemprego – ou da constatação de que suas lesões são incapacitantes demais para desempenhar qualquer tipo de trabalho. Toda a meta não batida era imposta sobre o trabalhador. Somente após finalizar toda a meta o funcionário era liberado, e o tempo que levará que atingir sua meta não era contabilizado como hora extra, era como uma prestação de pena por não atingir o esperado. De forma paliativa, possuem uma laboral que se resume a duas pausas, entre 5 a 10 minutos, sem sair de perto da esteira de produção. Tão logo finde os exercícios, a esteira está lá sem fugir ao ritmo esperando ser vencida. Diversos estudos médicos e da Previdência Social apontam que o limite considerado seguro de movimentos por