Fecundação e primeiras semanas do desenvolvimento embrionário
A fecundação (ou fertilização) é um complexo sequencial de eventos moleculares coordenados que tem início no exato instante do contato do espermatozoide com um ovócito secundário. Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozoides eliminados na ejaculação, apenas cerca de 200 atingem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito, passando pela corona radiata e atingindo a zona pelúcida que induzirá transformações para formação da membrana de fecundação, que impede a penetração de outros espermatozoides no ovócito. Ao mesmo tempo, há finalização da meiose dando origem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar. O espermatozoide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo, pois as mitocôndrias dos mesmos desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna. O núcleo haplóide do óvulo e o núcleo do espermatozoide recebem, respectivamente, os nomes pró-núcleo feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses núcleos (anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário. Esse processo dura cerca de 24 horas e apresenta as seguintes fases:
Passagem do espermatozóide através da corona radiata:
Acredita-se que a enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, é responsável pela dispersão das células foliculares da corona radiata. Mas não é só isso que facilita a passagem, os movimentos da cauda do espermatozóide junto às enzimas da mucosa tubária também contribuem.
Penetração da zona pelúcida: É provável que as enzimas esterases, acrosina e neuraminidase, também liberadas pelo acrossoma, causem o rompimento da zona pelúcida, agindo como facilitador da chegada do espermatozóide ao ovócito. Assim que este penetra a zona pelúcida, ocorre a reação zonal (Uma mudança que torna esta zona impermeável a outros espermatozóides). A composição desta cobertura é feita por glicoproteínas extracelularmente e muda após a fertilização.