Capítulo xxix - o leviatã
No começo fala sobre como nada do que os homens fazem pode ser imortal, mas, se os homens usassem a razão como devem, pelo menos evitariam que seus Estados se dissolvessem devido a males internos, porquanto os homens são os organizadores dos Estados.
Em seguida, começa a citar as doenças que afligem o Estado:
1º - Um homem, para obter um reino, contenta-se com menos poder do que é necessário para a paz e defesa do Estado. - Esta afirmação configura como uma enfermidade para o Estado, segundo Hobbes, porque quando o exercício pleno do poder é assumido em função da salvação pública, é visto como um ato injusto pela população.
2º - Todo indivíduo é juiz das boas e más ações - Isto, para Hobbes, é a condição do homem selvagem, da simples natureza, da “Bellum Omnia Omnes”, onde não existem leis civis. Desta falsa doutrina, os homens adquirem a tendência a debaterem as ordens do Estado e escolher obedecê-las ou não, enfraquecendo assim, o Estado.
3º - O pecado é o que alguém fizer contra a sua consciência – Esta afirmação depende do pressuposto de que o homem é juiz do bem e do mal, o que não acontece pois a consciência do homem e seu juízo são a mesma coisa, e ambas estão sujeitas a equívocos. O que não acontece com as leis civis, onde as leis do Estado são a consciência pública.
4º- A fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural ou infusão – Por essa enfermidade, Hobbes afirma que, se aceita, enfraqueceria fortemente o Estado, pois, se a Santidade pode ser alcançada por inspiração, ou seja, um método subjetivo, qualquer um pode ser alçado ao nível de santo, sendo assim, não tendo necessidade de seguir as leis de seu Estado, caindo novamente no erro de fazer cada homem o juiz de suas ações.
5º - O poder do soberano está sujeito as leis civis – Os soberanos estão sujeitos as leis naturais, pois são as leis de Deus e não