Hobbes poder temporal
Willam Gerson de Freitas∗
Resumo: Esse artigo tem como objetivo expor o motivo pelo qual Hobbes defende que o Estado, para manter a paz, deve ter sob seu domínio, necessariamente, o poder temporal e o espiritual. Para o filósofo inglês, enquanto o Estado possui o poder capaz de promover a paz, os discursos religiosos podem levar os homens à condição de guerra de todos contra todos mediante a diversidade de doutrinas que se contrapõem à obediência ao soberano. Para tanto, tomar-se-á como ponto de partida a exposição em Behemoth, ou o Longo Parlamento, daqueles que Hobbes aponta como os causadores da guerra civil, sendo os principais atores da rebelião o clero presbiteriano e papista. Palavras-chave: Guerra Civil Inglesa. Estado soberano. Política. Religião. Abstract: This article aims to explain why Hobbes argues that the state should have under her control the temporal and spiritual power to keep the peace. For him, while the state has the power capable of promoting peace, religious discourses can lead men to the condition of war by the diversity of doctrines that are opposed to obedience to the sovereign. For this, it will take as its starting point Behemoth, or the Long Parliament, work in which the principal actors of the rebellion are defined as the Presbyterian clergy and Papist. Keywords: English Civil War. Sovereign state. Politics. Religion. Ao escrever o diálogo Behemoth, ou o Longo Parlamento, Hobbes cumpre a função de historiador, apontando quais tipos de homens foram os principais causadores da Guerra Civil Inglesa. Há, em sua visão, um poder mais perigoso e danoso que o da espada visível – gládio da justiça e da guerra, que o soberano empunha: é a palavra descontrolada sobre o Além, ou melhor, a espada invisível da fé e da religião. Behemoth é um dos últimos textos de Hobbes, escrito para confirmar sua teoria apresentada nas obras anteriores, a partir da