Capítulo 1 LIBRAS que língua é essa?
No capítulo 1 denominado A língua de sinais, Audrei Gesser (2009), em seu livro “Libras: que língua é essa?”, tece uma série de questionamentos e reflexões acerca das línguas de sinais. Dividida em doze subtítulos com temáticas específicas, mas complementares, ela leva ao leitor questões pertinentes e, muitas vezes, desconhecidas, as quais, como veremos a seguir, fazem parte de uma discussão desveladora e enriquecedora a todos os que se enveredam no universo da surdez.
Primeiramente, Gesser já atesta a não universalidade das línguas de sinais, uma vez que cada comunidade linguística dos surdos possui suas particularidades. O único fator universal, aliás, é o “impulso à comunicação” que, no caso dos surdos, é sinalizado, ao invés de oralizado. Uma outra crença que ela combate é que muitos afirmam que as línguas de sinais deveriam ser universais. Porém, para autora, isso minimizaria a riqueza linguística deles.
Ainda nesse esteio, Gesser (2009) comenta sobre à falsa ideia de que as línguas de sinais sejam artificiais. Como se discutiu anteriormente, elas evoluem diacronicamente, “pois evoluiu com o povo surdo” (GESSER, 2009, p. 12). Em contraponto a isso, ela cita o Gestuno e o Esperanto como línguas artificiais. Outro fato questionado é a respeito da existência de uma gramática das línguas de sinais. Além de afirmá-la, a pesquisadora de LIBRAS atesta, segundo os estudos de Willian Stokoe, que elas possuem estruturas linguísticas associadas a padrões lógicos universais de pensamento. Embora tenha sido reconhecida tardiamente, 40 anos atrás, Stokoe estabeleceu três parâmetros linguísticos das línguas de sinais, mais especificamente a ASL (Língua Americana de Sinais), as quais serviram de precursoras para futuros estudos de outras línguas dos surdos. Tais parâmetros são: 1)