Capitães da Areia
Histórico
Em novembro de 1937 a obra foi perseguida pelo governo, sendo queimados em Salvador 808 exemplares em praça pública, junto a outros livros do autor e outros escritores, como José Lins do Rego, sob o pretexto de se tratar de objeto de propaganda comunista. No dia 8 de dezembro do mesmo ano a obra foi também uma das que foram apreendidas nas livrarias do Rio de Janeiro, sob a alegação de serem "nocivas à sociedade".
Análise da obra Havia no Brasil da década de 1930 uma visão de país "novo", que ainda não havia se realizado. Vivia o Brasil um momento conturbado, em que se tomava consciência da chamada luta de classes, durante a ascensão ao poder de Getúlio Vargas; João Luiz Lafetá afirma que “A consciência da luta de classes, embora de forma confusa, penetra em todos os lugares - na literatura inclusive, e com uma profundidade que vai causar transformações importantes”. Buscava-se, então, a mudança social, ao contrário do momento literário anterior em que se enaltecia as qualidades do país, presente no movimento modernista; há um certo desencanto com a realidade, que a literatura passa a retratar de modo pessimista, mas fazendo-o de forma ativa, transformadora. No dizer de Lafetá, deu-se a "consciência pessimista do subdesenvolvimento". Nesse contexto, a obra de Amado pode ser qualificada como "social e proletária".
Ambiência
Neste livro Jorge Amado retrata a vida nas ruas de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, naquela época afetada por uma epidemia de bexiga (varíola); o aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer senso de justiça. Diante do ambiente hostil em que vivem, o grupo de meninos abandonados reage