Capitulo texto e coerencia de ingedore vilaca koch
A coerência do texto
Textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um aglomerado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que recebe e é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. O conceito que se tem de coerência, é que ela da origem a textualidade.
Halliday e Hasan asseguravam que da textura é a coesão. Hoje já não se aceita mais isto, pois essa afirmação não se sustenta empiricamente, visto que há muitos textos sem coesão que apresentam coerência e são classificados pelos falantes como textos.
Marcushi (1983) da exemplo de texto sem coesão mas com coerência, e exemplo de texto com coesão mas sem coerência e sem textura. Também para Charolles (1987) é a coerência que faz de um conjunto de frases um texto porque “um texto é uma sequência de frases com relações entre si”, o que permite estabelecer estas relações é a coerência e a característica principal, fundamental de um texto, aquilo que converte uma mensagem verbal em texto.
A linguística do texto tem sua posição a esse respeito, para Beaugrande e Dressler (1981) texto incoerente é aquele em que o receptor, leitor ou ouvinte, não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre os conhecimentos ativados, ou seja, pela inadequação entre esses conhecimentos e o seu universo cognitivo. Texto coerente é o que faz sentido para seus usuários, o que torna necessária a incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência textual.
Charolles (1983) afirma que não há propriamente texto incoerente, pois o receptor do texto age como se fosse sempre coerente e faz tudo para calcular seu sentido, e, nesta tarefa, é sempre possível encontrar um contexto, uma situação em que a sequência de frases dada como incoerente se torne coerente vindo a constituir um texto. Para ele também todo texto tem certo grau de coerência