Capitulo 1 e 2 - Psicodiagnóstico Clinico
Porque no modelo tradicional havia uma necessidade profissional em justificar-se e provar seus procedimentos?
O objetivo fundamental do contato com o paciente era a investigação do que este faz diante dos estímulos apresentados. Atrás desse desejo de mostrar detalhadamente o que aconteceu entre o paciente e ele, esconde-se uma grande insegurança, fruto de sua frágil identidade profissional. Necessidade de justificar-se e provar para si mesmo. que procedeu corretamente, detalhando excessivamente o que aconteceu, por medo de não mostrar nada que seja essencial e clinicamente útil.
Fale sobre a falta de identidade profissional do psicologo.
O psicólogo trabalhou durante muito tempo com um modelo similar ao do médico, que, para proceder com eficiência e objetividade, toma a maior distância possível em relação a seu paciente a fim de estabelecer um vínculo afetivo que não lhe impeça de trabalhar com a tranqüilidade e a objetividade necessárias. O psicólogo freqüentemente agia assim, por carecer de uma identidade sólida que lhe permita saber quem é e qual é seu verdadeiro trabalho dentro das ocupações ligadas à saúde mental. Por isso tomou emprestado, passivamente, o modelo de trabalho do médico, o que lhe dava um pseudo-alívio sob dois aspectos. Por um lado, tomou emprestada uma pseudo-identidade, negando as diferenças e não pensando para não distinguir e ficar, de novo, desprotegido.
Comente a afirmativa: "o profissional pode utilizar de testes psicologicos como um escudo"
A não-indagação de tudo o que se referia ao sistema comunicacional dinâmico aumentava a distância entre o psicólogo e o paciente e diminuía a possibilidade de vivenciar a angústia que tal relação pode despertar. Assim, utilizavam-se os testes como se eles constituíssem em si mesmos o objetivo do psicodiagnóstico e como um escudo entre o profissional e o paciente, para evitar pensamentos e sentimentos que mobilizassem afetos (pena, rejeição, compaixão, medo, etc.)