Capitalismo: uma história de amor
Li alguns dos livros do sujeito (Stupid White Man, e Cara Cadê meu País? estão na minha estante.), e sigo fielmente seus documentários.
Não sou ingênuo á ponto de acreditar que o sujeito faz "cinema verdade". Eu sei que Michael Moore edita seus filmes com extremo cuidado e joga com as emoções da platéia. Sei que seu "cinema verdade" é tão cinema quanto cinema pode ser, baseado nos cuidados da produção, da trilha e montagem.
Michael Moore é panfletário, também. É militante, mesmo. Mas, talvez pela saída de George W. Bush da Casa Branca, Moore, nesse seu último trabalho, parece um pouco mais leve, ainda mais do que esteve no bom S.O.S. Saúde.
Capitalismo: Uma História de Amor mostra como o sistema econômico que tornou os EUA a maior potência do planeta demorou pra cobrar seu preço mas o cobrou com juros e correção monetária.
O filme de Moore é um bem fundamentado documento de como a América vergou ante o peso do corporativismo, de como o povo dos EUA foi colocado em segundo plano pelas classes dominantes e no quanto as pessoas estão dispostas á sacrificar em nome de uma margem de lucros maior.
Como em seus filmes anteriores o cineasta mistura elementos reais e ficcionais, embasamento histórico e retórica pura, não para mostrar um cenário amplo e deixar que o espectador tire suas conclusões, mas contando uma história onde ele aponta acusadoramente quem são os mocinhos e quem são os vilões.
É impossível não ter vontade de esganar Alan Greenspan, Bernie Madoff, Regan, Bush Jr., e outros "vilões" do filme quando somos confrontados com o resultado que o sistema gera, como as pobres famílias sendo despejadas de suas casas.
Pra muita gente esse é o principal defeito da filmografia de Moore, o fato de o cineasta manipular de forma bastante clara a mensagem que quer que seu filme passe. Quem não se importa de ser conduzido, ou consegue