Capitalismo Tutelado
Capítulo 8
O Capitalismo Tutelado: notas sobre a recuperação econômica sob o nazismo
No início de 1933 a Alemanha passava por uma gravíssima situação de desemprego e o novo governo estava disposto a enfrentar essa situação através de quaisquer métodos. O desemprego registrado, que alcançava 1,25 milhão de trabalhadores em julho de 1929, saltou para mais de 6 milhões de trabalhadores em janeiro de 1933.
Foram estes milhões de homens e mulheres abandonados à própria sorte e os milhões que sofriam de forma variada, os efeitos devastadores da depressão, que sufragaram maciçamente os nazistas nas eleições de julho e novembro de 1932 e março de 1933.
O combate ao desemprego converteu-se no objeto imediato de Hitler. Somente através da redução e da virtual eliminação do desemprego é que seus demais objetivos poderiam ser alcançados.
Era necessário mobilizar todas as forças para empreender uma ação fulminante contra o desemprego. A “Batalha do Emprego” deveria ser travada de modo a produzir resultados imediatos.
As recomendações ortodoxas e perspectiva nazista
Desde o tratado de Versalhes as recomendações ortodoxas pontilharam a vida da Alemanha, o espectro da deflação sempre rondou a República de Weimar. Somente através de um enorme esforço fiscal e da contração das importações seria possível arcar com o ônus imposto pelos aliados. A Alemanha deveria produzir superávits fiscais, conter salários e limitar o crescimento das importações.
A Alemanha ao longo desses anos navegou perigosamente ao sabor das circunstâncias. A partir de 1929, com a reversão do fluxo de empréstimos internacionais, as opções econômicas se estreitaram, ou o país permanecia nos marcos do padrão-ouro e praticava os “ajustamentos” requeridos, ou mergulhara no desconhecido. Tornou-se praticamente impossível desviar da rota da ortodoxia.
Foi sobre a