Capitalismo Neocorporativista no Brasil
Levantamos a hipótese de que se está se configurando um Capitalismo de Estado Neocorporativo no Brasil.
O Capitalismo de Estado chinês (sob domínio do PCC) e o russo (sob ex-KGB) são derivados de experiências históricas com “Socialismo de Mercado” e, claramente, se diferenciam do Capitalismo de Mercado norte-americano. O Capitalismo de Estado brasileiro possui Estado interventor, indutor e regulador, que propiciou “salto de etapas históricas”, antes percorridas por países de capitalismo maduro, mas ele ainda busca conquistar maior autonomia tecnológica e financeira.
O Neocorporativismo é forma particular de intermediação de interesses entre sociedade civil e Estado em regime democrático. Nele, os interesses gerados na sociedade civil são organizados, seja em sindicatos dos trabalhadores, seja em associações empresariais, cujas estruturas internas centralizadas e hierárquicas impõem quase como obrigação a militância político-partidária para obter apoio à ascensão a postos com poder de decisões estratégicas.
Desde a obra de Oliveira Vianna, firmou-se a tradição brasileira de “elitismo autoritário”, que denuncia a inadaptação da República a modelo político alheio à realidade social do País, inspirado no padrão norte-americano e incapaz de organizar o povo brasileiro, destituído da vontade política necessária ao liberalismo. De acordo com essa visão elitista da sociedade brasileira, a superação do atraso não pode resultar da ação espontânea desse povo sem formação cívica, mas somente das elites formadas nas classes profissionais e econômicas.
A realidade política de cooptação perdura ao longo dos tempos em terras brasileiras, pois o fosso entre o topo e a base da pirâmide social tende a se esvair em clientelismo. Cede lugar, sobretudo na mente dos que mandam, à ideia de complementaridade harmoniosa entre funções de direção e funções de execução. Para as primeiras estariam predestinados os membros da