Servico social em tempos de capital fetiche
QUESTÃO SOCIAL : UMA QUESTÃO TRAVESTIDA COMPONENTES E MANIFESTAÇÕES
Desnudar contradições é optar por um caminho penoso. Isto é o que sente quem pretende tratar da Questão Social, na realidade atual, em suas diferentes faces; sedutoras a alguns, assustadoras à maioria. Dizer em que consiste e denunciar isto, é explicitar a Questão Social, entendendo que esta se situa na contradição do próprio capital, ou dito de forma mais explícita, a Questão Social é uma forma de expor a referida contradição.
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Faz parte da explicitação esclarecer o aspecto contraditório do sistema de acumulação que atualmente apresenta sua face mais perversa na reestruturação produtiva sob a dominância do capital financeiro. Denunciar sua exigência de cada vez mais liberdade para o mercado e de sempre maior controle sobre o atendimento da proteção social e as seqüelas para o setor Trabalho, faz parte dessa explicitação. Há momentos históricos em que a Questão Social se manifesta de uma forma mais oprimente. Houve um deles em que o Trabalho, na expressão dos sindicatos, partidos socialistas e social-democratas, conseguiu expressar para o Capital a situação de miserabilidade, exigindo um atendimento dela, que resultou num contrato social, período em que parecia ter-se estabelecido um grande consenso. A situação parece, efetivamente, ter ocorrido no período compreendido desde a segunda metade do século XIX, na expressão do Estado Social, estendendo-se de forma geral até os anos setenta do século XX, passando pelo Welfare State. É quando, conforme já se registrou, (SCHONS, 1999, p.157), a partir de MANDEL que "a economia capitalista internacional conheceu sua primeira recessão generalizada desde a II Guerra Mundial, a única a golpear todas as grandes potências imperialistas" (1990, p.9). Ou ainda, é o fim da "longa onda expansiva do Capital", conforme o mesmo MANDEL (in SCHONS, 1999, p.158). O sinal é dado pela Sra. Thatcher e o Sr. Reagan, como representantes do grande