Capitalismo HIstorico
Usemos, pois, seus escritos da única maneira sensata, tratando-o como um camarada de lutas que sabia tanto quanto ele sabia. ll
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INTRODUÇÃO
I m i t a i istas". Tais críticas, quase por sua própria natureza, tendem a cair por ricochete no pecado oposto. Por isso, tentei apresentar de forma mais direta e integrada a realidade global, tratando sucessivamente suas expressões nas esferas económica, política e cultural-ideológica.
Pouco depois de ter concordado em fazer este livro, fui convidado a dar uma série de palestras no Departamento de Ciência Política da Universidade do Havaí. Agarrei então a oportunidade para escrevê-lo, agora tendo em vista as palestras, realizadas na primavera de 1982. A primeira versão dos três primeiros capítulos foi apresentada no Havaí. Sou grato aos comentários e críticas feitos por minha animada plateia, que me permitiram melhorar consideravelmente a apresentação.
O quarto capítulo — acrescentado depois — foi um desses aperfeiçoamentos. Ao longo das palestras, percebi um problema recorrente: a enorme força subterrânea da crença no progresso inevitável. Esta crença viciava nossa capacidade de compreender as reais alternativas históricas. Decidi, pois, abordar diretamente a questão.
Finalmente, permitam-me uma palavra sobre Karl Marx. Ele foi uma figura monumental na história intelectual e política moderna. Deixou um enorme legado, rico do ponto de vista conceituai e inspirador do ponto de vista moral. Contudo, devemos levar a sério o fato de ele ter dito que não era marxista, e não descartar sua frase como um bon mot.
Ele sabia — e muitos dos seus autoproclamados discípulos frequentemente não sabem — que era um homem do século XIX e que sua