As três hegemonias do capitalismo histórico. In: O longo século XX.
Páginas: 95-114.
“OS TEMPOS DA HISTÓRIA”
Neste capítulo, o autor trata de diferenciar os textos históricos dos demais com base na afirmativa de que os mesmos são, ao contrário de outros, necessária e invariavelmente datados; e portanto, possuidores de uma linearidade cronológica, sendo normalmente formulados do presente para o passado.
Ressalta, ainda no que tange ao tempo, que o tempo da história é o tempo das sociedades, dos estados e das civilizações (o que denomina de Tempo Social). Distingue-se desta maneira do tempo físico, pois apesar de ter continuidade e linearidade, o tempo histórico não é matemático como o do relógio. Tampouco pode-se comparar o tempo social ao tempo psicológico, este dotado de mais subjetividade do que objetividade ou documentação.
O autor nos faz lembrar que o tempo da história ocidental está balizado pela data de nascimento de Jesus Cristo (a.C/d.C), o que foi imposto ao mundo pelos impérios colonialistas da época – França, Espanha, Inglaterra e Holanda; contrariamente do que ocorria no oriente onde as datas de origem de qualquer história eram a do início de um reino (dinastias/eras). O calendário Cristão somente foi definitivamente adotado no século XI, generalizando desta maneira a era Cristã. Uma característica da fase Cristã é que nela o tempo era visto como algo estático, a humanidade vista como algo imutável, una sobre a Terra, que repetia seus atos de geração para geração independentemente do tempo e do espaço.
O pensamento moderno, em contrapartida, vem romper com esta ideia quando estabelece que o tempo é dotado de movimento, tem um sentido, é dotado de novidades, possibilita ao observador promover diagnósticos e desta forma, prognósticos; através da comparação entre passado e presente, o que possibilita planejar um futuro diferente e melhor para os homens, como