Capital intelectual
A tradição dizia que as pessoas de dinheiro são as detentoras dos meios de produção, pois são as que contratam os trabalhadores para operar esses meios. Os balancetes financeiros os mercados de ações e as estruturas das empresas refletiam essa tradição. Os agentes financeiros possuíam e dispunham de sua propriedade e de seus bens; criavam instituições sem suas vidas e meios de vida dependiam do desenvolvimento e exploração daquilo que possuíam. Mas não se pode ser proprietário do cérebro das pessoas e nem impedir que as pessoas conduzam seus cérebros a outro lugar. Não de controlam mais os bens como costumava-se fazer antigamente. Agora os bens são seus próprios proprietários.
Bens humanos, portanto, nos apresentam um paradoxo. Como as pessoas constituem a sua principal vantagem competitiva, a empresa precisa investir nelas, desenvolvê-las e ceder-lhes espaço para seus talentos. Quanto mais ela fizer isso, mais enriquecerá seus passaportes e aumentará a mobilidade potencial das pessoas. Não há como escapar do paradoxo, pois não se pode dar ao luxo de deixar de investir nesses bens móveis. Já se pode perceber a transformação nas culturas de nossas empresas. Atualmente, a organização não pode exigir lealdade de seu próprio pessoal. Pelo contrário, ela precisa conquistar essa lealdade, pois não há razão lógica ou econômica para que esses bens não passem para um lugar melhor, se o encontrarem.
A crescente importância dos bens humanos transformará as empresas em redes de grupos de projetos, um tipo de