Capital Intelectual
O Novo Trunfo das Organizações
A transformação do trabalhador de “mètier” em colaborador no século XXI
Por:
Dalton Luiz Fernandes Severino
Belo Horizonte, maio de 2003.
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."
Bertolt Brecht.
RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar uma visão geral da transformação sofrida pelo trabalhador de “mètier”, no surgimento da era mecanicista1 de Taylor, ao atualmente chamado colaborador no século XXI. Retrata as mudanças de concepção do trabalho e suas relações e inter-relações com o trabalhador e com a organização, resultando na crescente necessidade de auto-desenvolvimento por parte do trabalhador, fruto do processo de aprendizagem organizacional e do alto grau de competitividade, principalmente com a presença da globalização. Utiliza como “espinha dorsal” a perspectiva histórica de desenvolvimento das organizações, definida por Morgan (1996), através da leitura metafórica das organizações em seus diversos momentos até a atualidade, ilustrando em cada fase o contexto e as principais transformações ocorridas, envolvendo o leitor em uma perspectiva humanística, que permita a compreensão e o despertar de uma nova forma de visualizar o processo de trabalho, o trabalhador e a organização, criando espaço ao final para uma reflexão sobre sua própria experiência, a partir da passagem do modelo de administração científica, taylorismo/fordismo, para o modelo atual de gestão flexível e utilização do capital intelectual.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo consiste em situar o leitor sobre o processo de transformação do chamado trabalhador de “mètier”, termo francês que significava aquele trabalhador de ofício, que detinha todo o conhecimento do processo de produção