Canto I Iliada, Homero
Propõe-se neste trabalho uma análise do Canto I, do poema épico grego “A Ilíada”, de Homero, inserido no Ciclo Épico Troiano1, no qual a génese radica na cólera (Ménis) de Aquiles, e cuja acção principia no último dos dez anos que durou a Guerra de Tróia. Pretendesse, antes de mais, esclarecer sobre a contextualização histórica da obra; assim como realizar uma breve reflexão referente à Preposição e Invocação.
Contextualização histórica
Antes de mais, e de forma para que melhor se compreenda o conteúdo da obra “A Ilíada”, atribuída a Homero, é fundamental incidir sobre o contexto histórico em que foi composto o poema, assim como na época em que a acção propriamente dita se desenrolou. Contemporaneamente, vinculado está que terá sido escrito na idade do ferro – período compreendido, aproximadamente, entre 1200 a.C. e 1000 d.C. –, mais precisamente no século VIII a.C., nos inícios do período arcaico, aquando da existência vivida de Homero. No entanto, visa retractar a idade do bronze – período compreendido, aproximadamente, entre 1600 a.C. e 1050 a.C. –, mais precisamente a civilização micénica, em que se acredita ter ocorrido a Guerra de Tróia, possivelmente entre 1300 a.C. e 1200 a.C., no Mediterrâneo.
Preposição e Invocação
Canta-me, ó deusa, a cólera funesta de Aquiles,
Filho de Peleu, que causou aos Aqueus sofrimentos sem conta
E precipitou no Hades muitas almas ilustres
De heróis, fazendo deles mesmos a presa dos cães
E de todas as aves – cumpriam-se os desígnios de Zeus – Desde que se separaram, discordando um do outro,
O Atrida, senhor dos homens, e o divino Aquiles.
(I,1-7)
Ao incidir na análise da Invocação da obra, cuja tradução é de Maria Helena da Rocha Pereira, observamos, entre outros assuntos, a notável capacidade de síntese do autor que, em apenas sete versos, faz a regulamentar invocação às Musas, apresentando ainda a temática geral em que se iria focar o poema. Concluímos ainda o carácter impessoal