Bela Morte
O objetivo geral deste trabalho é analisar a função e o simbolismo da “bela morte” na Ilíada de Homero1 especificamente no canto XXII, a metodologia adotada neste trabalho consiste na análise das representações do ideal da “bela morte”, focando no maior herói troiano, Heitor. A fundamentação que escolhemos foi o Discurso “A Bela Morte e o Cadáver Ultrajado2”.
II. JUSTIFICATIVA DAS ESCOLHAS
Escolhemos o canto XXII da Ilíada, porque relata à morte do maior guerreiro Troiano Heitor3, a categoria morte foi selecionada pela importância que o autor dá à morte dele, a morte de Heitor tem tanta ênfase que o autor encerra a obra com o relato do seu velório no canto XXIV. Já na fundamentação teórica a escolha do Discurso “A Bela Morte e o Cadáver Ultrajado” de Jean-Pierre Vernant4 apresenta visões totalmente convenientes do que vem a ser a “bela morte” verificamos que as teorias apresentadas por ele aparecem na Ilíada de maneira bem clara.
III. ANÁLISE CRÍTICA
1. Contextualização
“Ilíada” é considerada um marco da literatura no Ocidente. O título deriva-se de Ílion, palavra grega que nos remete à cidade de Troia. O poema é dividido em 24 cantos, narra os episódios do nono ano da guerra entre gregos e troianos. As batalhas iniciadas quando Helena, esposa do rei de Esparta, é raptada por Páris, príncipe de Troia, desencadeia também um duelo entre deuses e humanos.
A obra homérica focaliza a ira do guerreiro semidivino Aquiles que enfurecido pela morte de Patroclo, seu melhor amigo, volta à guerra com sede de vingança. Apolo o adverte a não perder tempo lutando contra um deus e o instiga a ir de encontro aos troianos fugitivos. Aquiles, irritado por ter sido enganado por Apolo, corre à cidade em busca de Heitor.
Do alto da torre, Príamo, rei de Troia, o avista, e roga ao filho que retorne para dentro dos muros da cidade. Hécuba, sua mãe, também lhe implora para que se proteja. Heitor reflete sobre sua condição e