A morte é bela : O ideal de morte cristã no Brasil do século XIX
Júlio César Miguel de Aquino Cabral, UEPB-CAMPUS III
Pedro Lucas Paulino Torres, UEPB-CAMPUS III
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de expor o ideal de morte cristã que predominava no Brasil oitocentista, partindo da ideia da boa morte, domada e organizada, pretende-se mostrar os diferentes ritos, desde o anúncio da própria morte, até a escolha da sepultura, passando pelas preparações dos testamentos, a escolha das vestimentas, os ritos do velório, a preparação do corpo, e o cortejo fúnebre. Explanar quais os medos, que predominavam no período, no que diz respeito à morte, e também as crenças no paraíso, inferno e no purgatório. A bela morte é imprescindível tanto para o conforto dos vivos, quanto para a jornada pós-morte da alma.
Palavras–Chave: Século XIX, Morte, Brasil.
Desde os primórdios da experiência humana, seja como aniquilação ou como passagem, foi reconhecido que existe um destino único para todos os seres: A morte, entretanto se esta conclusão é unânime para todos os povos, a forma e as atitudes tomadas perante a mesma são culturais, são mutáveis, se transformam ao passar dos anos, e cabe ao historiador o trabalho de rastrear essa mudança. Estas transformações nas mentalidades, não se rompem bruscamente, e nem se destroem de forma definitiva, elas se entrelaçam, em um emaranhado de crenças, medos, e verdades coletivas e individuais, que resultam na forma como determinado período histórico vai se comportar, diante da finitude da existência humana. Se ocupar com estudo da morte no século XIX no Brasil é lidar com uma das preocupações primordiais na vida das pessoas do período, esta preocupação está relacionada à tentativa de domar a própria morte. E esta morte domada como denominou Philippe Ariès, será a base para entender o ideal de morte no Brasil oitocentista. A princípio é importante que a pessoa sinta a sua morte,