Cana-de-açúcar
Seja o doutor do seu canavial
José Orlando Filho1 Newton Macedo2 Hasime Tokeshi3 INTRODUÇÃO tualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Estimativas para 1994/95 indicam área de cultivo de 4,3 milhões de hectares e produções de 240 milhões de toneladas de cana, 9,5 milhões de toneladas de açúcar e 12 bilhões de litros de álcool. Embora a produtividade média brasileira de cana-de-açúcar tenha apresentado a significativa elevação de 50% nos últimos 20 anos (de 44 para 67 t cana/ha), observa-se que muito ainda pode ser melhorado. O Estado de São Paulo, o maior produtor brasileiro, apresenta produtividade média de 78 t cana/ha, e possui diversas unidades produtoras que ultrapassam a marca de 90-95 t cana/ha. A produtividade da cana-de-açúcar é regulada por diversos fatores de produção, dentre os quais se destacam: planta (variedade), solo (propriedades químicas, físicas e biológicas), clima (umidade, temperatura, insolação), práticas culturais (controle da erosão, plantio, erradicação de plantas invasoras, descompactação do solo), controle de pragas e doenças, colheita (maturação, corte, carregamento e transporte), etc. Sempre que possível, os fatores de produção devem ser adequadamente manejados e gerenciados pelo homem através de sistemas de planejamento, execução e controle, visando a maximização das produtividades econômicas. Portanto, o objetivo final de uma exploração agrícola comercial é o lucro, que deve ser maximizado, respeitando-se os aspectos sociais e ambientais. Nas duas últimas décadas o Brasil dobrou sua área com cana-de-açúcar, basicamente em função da produção de álcool carburante. Esta expansão ocorreu predominantemente em solos de menor fertilidade, exigindo-se, portanto, o uso intensivo de corretivos e fertilizantes, que, em média, participam em 20% nos custos de produção da cultura. SOLOS COM CANA-DE-AÇÚCAR Antes da implantação do Pró-Álcool, os solos ocupados com cana-de-açúcar no Brasil,