Camões Lírico
Luís de Camões é considerado o maior poeta português de sempre. A sua produção poética lírica constitui uma admirável síntese da lírica tradicional portuguesa, das grandes correntes literárias e linhas de força ideológicas do seu tempo (Petrarquismo, Neoplatonismo) e da influência clássica (Virgílio, Ovídio, Horácio). Essa síntese do antigo e do novo, tanto nos temas como nas formas, constitui um momento alto na evolução da lírica portuguesa. Os seus poemas têm grande dramatismo e autenticidade; reflectem os seus amores, desilusões e revelam as suas interrogações perante o tempo, o destino e a mudança. Sistematizemos as várias influências que se evidenciam na lírica de Camões:
1. INFLUÊNCIA TRADICIONAL
1.1. Nas formas
. Versos de sete e cinco sílabas (redondilha maior e menor)
. Tipos de composição usados no “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende, especialmente o vilancete e a cantiga.
a) O Vilancete é perfeito quando:
. o mote tem dois ou três versos e o último se repete no fim de cada estrofe da glosa;
. Cada estrofe da glosa tem sete versos;
. A glosa se divide em duas partes: cabeça de quatro versos e cauda de três, rimando o último verso da cabeça com o primeiro da cauda.
b) A cantiga tem:
. Mote de quatro ou cinco versos;
. Glosa: uma ou mais estrofes de 8, 9 ou 10 versos.
. O último verso do mote repete-se no último verso de cada estrofe da glosa, com ou sem alterações.
1.2. Nos temas
1.2.1. Influência dos cancioneiros trovadorescos
. O mar – Presente em composições que falam das ondas (género barcarolas).
Ex: …………………………………………
. A fonte – Confidências da donzela com a amiga sobre o amigo ausente.
Ex: “Descalça vai para a fonte” “Na fonte está Lianor”
. Vestígios de antigas pastorelas - Ex: “Falso cavaleiro ingrato” “Pastora da Serra da Estrela”
. “Coita” de amor – Ex: “Menina dos