CONTABILIDADE E MORAL
ÀS VEZES, PARECE QUE AS NOSSAS VIDAS SÃO PAUTADAS PELAS CRISES FINANCEIRAS E PELAS REFORMAS FRACASSADAS. MAS ATÉ ONDE OS AMERICANOS ENTENDEM DE FINANÇAS? POUCAS PESSOAS ENTENDEM DE CONTABILIDADE BÁSICA E MENOS PESSOAS AINDA SABEM O QUE É UM BALANÇO. SE É QUE CHEGAREMOS AO PONTO DE PODERMOS DEBATER SERIAMENTE SOBRE A RESPONSABILIDADE FINANCEIRA, PRECISAMOS PRIMEIRO APRENDER ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS.
O PENSADOR ECONÔMICO ALEMÃO MAX WEBER ACREDITAVA QUE PARA O CAPITALISMO DAR CERTO AS PESSOAS COMUNS TERIAM DE CONHECER O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS EM CONTABILIDADE, NÃO SOMENTE PORQUE ESSE TIPO DE CONTABILIDADE PERMITE CALCULAR O LUCRO E O CAPITAL ATRAVÉS DO BALANÇO DOS DÉBITOS E DOS CRÉDITOS EM COLUNAS PARALELAS; É TAMBÉM PORQUE BONS REGISTROS FINANCEIROS SÃO "EQUILIBRADOS" NO SENTIDO MORAL. ELES SÃO A PRÓPRIA FONTE DA RESPONSABILIDADE, PALAVRA QUE DE FATO SE RELACIONA COM O SENTIDO DA PALAVRA "CONTABILIDADE".
NA ITÁLIA RENASCENTISTA, COMERCIANTES E DONOS DE PROPRIEDADES UTILIZAVAM A CONTABILIDADE NÃO SOMENTE NOS SEUS NEGÓCIOS COMO TAMBÉM PARA EMITIR JUÍZO MORAL COM DEUS, COM SUAS CIDADES, PAÍSES E FAMÍLIAS.
O FAMOSO MERCADOR ITALIANO FRANCESCO DATINI ESCREVIA EM SEUS LIVROS DE CONTABILIDADE: "EM NOME DE DEUS E DO LUCRO" DATINI E OUTROS TAMBÉM GUARDAVAM LIVROS DE CONTABILIDADE MORAL, CONTABILIZANDO SEUS PECADOS E BONS ATOS DA MESMA FORMA COMO CONTABILIZAVAM A RENDA E OS GASTOS.
UM DOS FATOS MENOS ATRAENTES E, PORTANTO, ESQUECIDOS DA RENASCENÇA ITALIANA, É QUE ELA DEPENDIA MUITO DE UMA POPULAÇÃO QUE DOMINAVA A CONTABILIDADE. EM ALGUM MOMENTO NOS ANOS 1400, CERCA DE 4 MIL A 5 MIL DOS 120 MIL HABITANTES DE FLORENÇA FREQUENTAVAM ESCOLAS DE CONTABILIDADE, E EXISTEM PROVAS DOCUMENTADAS DE QUE ATÉ MESMO OS TRABALHADORES MODESTOS MANTINHAM REGISTROS CONTÁBEIS.
ESSE FOI O MUNDO NO QUAL COSME DE MÉDICI E OUTROS ITALIANOS VIERAM A DOMINAR O SISTEMA BANCÁRIO EUROPEU. ENTENDIA-SE QUE TODOS OS PROPRIETÁRIOS DE TERRA E PROFISSIONAIS CONHECIAM