Caminhos e memórias da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália
Marcelo de Mello Ribeiro
Edgley Pereira de Paula
1. Introdução
De fato, vivemos “tempos interessantes”1, se por um lado o processo globalização, aponta para um Mundo sem fronteiras, massificado e até certo ponto superficial, verificamos em resposta a esse “estado de coisas” o aparecimento de resistências culturais, sejam através de grupos sociais organizados ou mesmo de instituições do poder público, ora evidenciando o passado e tradição desse Estado
Nacional que teima em não desaparecer, ora defendendo a memória de povos que percebem no seu passado comum um valor, um bem cultural que o distingue e que o identifica.
Insere-se
paradoxo
e
nesse contexto histórico esse revisitar a um passado próximo, no caso, a participação brasileira na 2ª
Guerra Mundial.
Como grande pano de fundo de se revisitar está o desaparecimento
últimas
gerações
efetivamente
viveram
das que no
Atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália
tempo da guerra tanto do lado brasileiro, eternizados na figura do “pracinha”2, quanto do lado italiano na figura quase mitológica do partigiani3.
1
HOBSBAWM, Eric J. Tempos Interessantes. Uma virada no século XX. Companhia das Letras, 2007.
Nome como ficou popularmente conhecido os integrantes da FEB, infere-se do diminutivo de “praças”: militares de graduações mais baixas na hierarquia militar, p.ex. Soldados, Cabos e Sargentos.
3
Nome dados aos participantes da resistência italiana ao domínio nazifascista. Advem de uma adaptação de Partizans ou integrantes do “Partido” no caso original da idéia Partido Comunista (PC).
2
Na Itália e no Brasil aumenta-se consideravelmente o número de pessoas e instituições que se dedicam a pesquisar sobre o tema. Para além do culto aos feitos desses soldados que sempre ocorreu entre os militares na caserna, ultimamente
atingindo,
inclusive,
a